quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Faz hoje três semanas que afastaram o meu filho de mim.



Acho normal uma criança que vive numa casa que é dele com todo o conforto, com os brinquedos dele, que não são tão poucos quanto isso, a banheira com os respectivos brinquedos, com os seus animais de estimação, completamente integrado numa pré-escola, com amigos e sempre acompanhado pelo pai, depois de alguns dias afastado de tudo isto peça para regressar ao seu mundo, a sua casa, aos brinquedos, aos animais, a escola, aos amigos e até mesmo ao pai, um pai que o tem acompanhado desde que nasceu, dormíamos praticamente na mesma almofada e fazíamos tudo juntos, desde passear, almoçar, jantar, ir as compras, até para sair a noite no verão para ir beber café era ele a minha companhia.
Se para um adulto é difícil sair do seu mundo, para uma criança de 4 anos ficar sem tudo isto deve ser complicado e muito doloroso.
Se existem coisas que não compreendo é como pode haver pessoas tão frias ao ponto de ver e ouvir uma criança de 4 anos a implorar e a soluçar para vir para junto de tudo isto e do pai e ignorarem os seus pedidos, não estão a pensar no bem-estar da criança, que devia ser a prioridade de todos nós, mas sim a serem egoístas e pensarem só neles, no seu bem-estar e conforto.
Quantos de nós vamos de férias com todas as mordomias durante um certo período de tempo e quando chega a uma dada altura já estamos desejosos de regressar ao nosso mundo?
Agora imaginem isso ser-vos negado por tempo indeterminado, saberem que estão afastados e que não os vão levar a casa e que quem os pode ir buscar também não o pode fazer porque não deixam. Conseguem imaginar?
Nunca desejei mal a ninguém, nem desejo, mas gostava que certas pessoas um dia passassem por um terço daquilo que nos estão a fazer passar, a mim e ao meu filho, só assim iam dar valor a dor que é estar afastado de um filho ou de um pai, com uma ligação tão forte como a que nós temos.
Quando digo isto não é afastamento por motivos profissionais ou de doença, é mesmo afastamento causado pela estupidez e falta de consideração e respeito por alguém que devia merecer tudo, por um filho.
É muito triste quando se põem interesses pessoais a frente do bem estar e da felicidade de um filho.
Matias, o pai ama-te muito e eu sei que tu sabes disso.
Um beijinho muito grande com muitas saudades tuas.

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